A saúde mental é um tema que divide opiniões, com algumas pessoas a valorizarem-no profundamente, enquanto outras o encaram com ceticismo, associando-o a algo intangível e até espiritual. Contudo, é inegável que o bem-estar mental é um pilar essencial para a nossa qualidade de vida e desempenho diário.
Neste artigo, vamos explorar os principais temas abordados no episódio do podcast “A Tua Melhor Versão”, com a convidada Susana Simões, psicóloga clínica e coach com mais de 12 anos de experiência.
O que é saúde mental?
A definição de saúde mental é, muitas vezes, ambígua e sujeita a interpretações pessoais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define-a como “um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de lidar com o stress normal da vida, trabalhar de forma produtiva e contribuir para a sua comunidade”. Embora esta definição seja útil, ela não cobre a complexidade do tema. Saúde mental não é apenas a ausência de transtornos mentais; envolve também a forma como cada um de nós se sente em relação a si mesmo e ao mundo que o rodeia. A saúde mental é, assim, um conceito dinâmico, que pode variar ao longo da vida e que depende de fatores pessoais, sociais e culturais. Como Susana Simões partilhou no episódio, muitos ainda encaram a terapia ou o acompanhamento psicológico como um sinal de fraqueza. No entanto, tal visão desvaloriza o potencial transformador que a saúde mental tem no nosso crescimento pessoal e na forma como lidamos com os desafios diários.Mitos comuns sobre saúde mental
Um dos temas centrais discutidos foi a desconstrução de mitos sobre a saúde mental. Entre os mitos mais comuns estão:- Só quem tem problemas graves deve procurar terapia: Na realidade, a terapia é útil tanto em casos de intervenção como de prevenção. Não precisamos de estar numa situação de crise para recorrer a um terapeuta ou coach. Na verdade, procurar ajuda antes que os problemas se agravem pode prevenir situações mais complexas no futuro.
- A terapia é só para quem não é resiliente: Este mito reforça a ideia de que devemos enfrentar os nossos desafios sozinhos. No entanto, a terapia não invalida a nossa resiliência, mas pode ser um catalisador para uma maior autocompreensão e crescimento.
- Ir ao psicólogo é sinal de fraqueza: A ideia de que pedir ajuda é um sinal de fraqueza está enraizada em normas sociais ultrapassadas. A saúde mental deve ser vista como qualquer outro aspeto da nossa saúde – tal como vamos ao médico para um check-up físico, podemos recorrer à terapia para garantir o nosso bem-estar psicológico.
Psicoterapia, Coaching e Mentoria: qual a diferença?
Um dos tópicos mais interessantes do episódio foi a comparação entre psicoterapia, coaching e mentoria. Muitas vezes, estes termos são usados de forma intercambiável, o que pode gerar confusão. Vamos clarificar:- Psicoterapia: Focada na resolução de questões emocionais e psicológicas profundas, a psicoterapia lida com transtornos mentais e o seu impacto no dia a dia. É, normalmente, um processo mais longo e que envolve uma análise mais detalhada das experiências de vida do paciente.
- Coaching: O coaching, por sua vez, está mais direcionado para o futuro e para a definição de objetivos concretos. O coach ajuda a pessoa a definir metas e a criar um plano de ação para atingi-las. É uma abordagem mais prática e focada em resultados.
- Mentoria: A mentoria é, muitas vezes, uma relação entre alguém mais experiente (mentor) e alguém que busca orientação numa área específica. O mentor oferece conselhos e partilha a sua experiência pessoal, ajudando o mentorado a navegar pelos desafios que enfrenta.